quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PARNASIANISMO

PARNASIANISMO
1.
INTRODUÇÃO
É a manifestação poética do Realismo, embora,
ideologicamente, não mantenha pontos de contato
com ele; mesmo assim, pode ser considerada poesia
anti-romântica. Começou a manifestar-se no final da
década de 1870, sob influência francesa. O termo -
Parnasianismo - relaciona-se ao “Parnassus”, um lugar
mitológico que seria a morada das musas e onde
os artistas buscariam inspiração, os franceses aproveitaram
o nome numa revista literária: Le Parnaisse
Contemporain (o Parnaso contemporâneo), em que
poetas empregariam uma nova maneira de fazer poesia.
É curioso notar que o Parnasianismo só conseguiu
êxito na França e no Brasil.
A “arte pela arte” é um dos princípios deste estilo,
ou seja, a concepção de que a arte deve estar
descompromissada da realidade, procurando atingir,
sobretudo, a perfeição formal. A objetividade temática
surge como negação do sentimentalismo romântico,
buscando atingir a impassibilidade e a
impessoalidade. O universalismo opõe-se ao subjetivismo
decadente, resultando numa poesia carregada
de descrições objetivas, impessoais.
Os parnasianos elegeram a Antigüidade clássica
(a cultura greco-romana) como ponto de referência
à almejada perfeição formal; retoma-se, portanto, o
racionalismo e as formas perfeitas. Surge a poesia de
meditação, filosófica, mas artificial, o gosto por fatos,
paisagens e objetos exóticos, com visão carnal do
amor.
O traço mais característico da poesia parnasiana
é o culto da forma: os sonetos (por apresentarem
forma fixa), versos alexandrinos perfeitos, rimas ricas,
raras, perfeitas, vocabulário incomum, predomínio
da ordem indireta.
No Brasil, considera-se como marco inicial do
Parnasianismo a publicação da obra Fanfarras, de
Teófilo Dias, em 1882. Este estilo prolongou-se até a
Semana de Arte Moderna, em 1922, em que foi combatido
ferozmente pelos modernistas por seu culto
excessivo à forma, quase sem conteúdo, e seu desvinculamento
da realidade.
2.
AUTORES
São os autores: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira
e Raimundo Correia.
a)
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac
(1865 - 1918) desde o princípio, buscou a perfeição
formal. É, portanto, o grande representante deste estilo.
Tinha a preocupação de escrever versos alexandrinos
e concluir com “chaves de ouro” seus poemas.
Quanto à temática, é um poeta voltado para a
Antigüidade Clássica, como em Panóplias, A sesta de
Nero, Lendo a Ilíada, entre outros. O lirismo também
se evidencia em Via Láctea, e em “Nel mezzo del
camin”, com seus pleonasmos e inversões. Em “Alma
inquieta e “Viagens”, o poeta cai em temas de
meditação, filosóficos. Há também poemas épicos em
Viagens. E Tarde mostra não só o poeta mais descritivo
e profundamente nacionalista como também
consciente do fim, da proximidade da morte.
Ideologicamente, não se pode atestar militância
política por suas prisões e o “exílio” em Minas
Gerais. Bilac não foge à regra, colocando-se à margem
de questões sócio-políticas; mostrou-se conservador
e nacionalista ao extremo em sua campanha a
favor do serviço militar obrigatório. Mérito há na
campanha pró-alfabetização e evidencia seu amor à
língua em seu poema Língua Portuguesa. É também
o autor da letra do Hino à Bandeira.
b) Antônio Marciano
Alberto de Oliveira
(1859 - 1937) sempre permaneceu à margem dos acontecimentos
históricos e fiel ao Parnasianismo,
sendo mesmo considerado mestre dessa estética. Sua
temática esteve presa aos rígidos preceitos parnasianos:
poesia descritiva da natureza e até objetos, exaltando-
lhes a forma. Destaca-se na perfeição formal,
métrica rígida e linguagem extremamente trabalhada,
até o rebuscamento. Escreveu: Canções românticas,
Meridionais, Sonetos e poemas, Versos e rimas. Poemas
como Vaso Grego, Vaso Chinês e A estátua acentuam
o descritivismo do Alberto de Oliveira.
c)
Raimundo da Mota Azevedo Correia
(1860 - 1911) estreou como romântico na obra Primeiros
sonhos em que revela influência das gerações
de poetas românticos. Com o livro Sinfonias, passa a
revelar-se parnasiano, formando a tríade ou trindade
parnasiana. Assume a temática da moda, cantando a
natureza, a perfeição formal dos objetos, a cultura
clássica. E em sua poesia filosófica, ocorre a meditação
marcada pela desilusão, o fim dos sonhos e um
forte pessimismo. Há um aspecto controvertido em
sua obra, quando foi acusado de plagiador; a despeito
dessa dúvida, não se pode negar a influência de autores
europeus em seu estilo. Escreveu ainda: Versos e
versões e Aleluias. O poema marcante de Raimundo
Correia foi As pombas, profundamente filosófico.
Além da tríade parnasiana, podemos ainda citar
os autores.
Vicente
conhecido como o poeta do mar, que seguiu a estética
parnasiana. Publicou: Ardentias, Relicário, Rosa, rosa
de amor, Poemas e canções.
Augusto de Carvalho (1866 - 1924),

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