quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SIMBOLISMO



SIMBOLISMO
No Brasil, inicia-se em 1893, com a publicação
de
Cruz e Sousa. O surgimento do Simbolismo não significa
o término do Realismo. Na verdade, pode-se
considerar mais uma estética paralela e concomitante
às outras existentes, já comentadas.
Reagindo ao positivismo e ao materialismo da
época, o Simbolismo busca redescobrir e valorizar o
mundo interior do homem. A atitude do poeta é agora
subjetiva, bastante semelhante à dos românticos; porém
os simbolistas vão mais profundamente, chegam
ao subconsciente e ao inconsciente e lá se deparam
com sensações além da explicação lógica. Neste caso,
o leitor de um texto simbolista deve-se deixar levar
pelas sugestões que o poema provoca em vez de
tentar entendê-lo.
Lançado na França de Baudelaire (1821 -
1867), Mallarmé (1842 - 1898) e Verlaine (1844 -
1896) por Jean Moréas (1856 - 1910), em 1866, o antiparnasianismo
é uma tentativa de volta à intimidade
da pessoa, à interiorização do indivíduo. Implanta-se
a supremacia da intuição, a busca do espiritual, do
místico, do subconsciente. Interessam mais os estados
da alma e os anseios de cada um.
Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambos de
A alma, o espírito, o infinito, o devaneio, as
nuvens, a loucura, o etéreo, o sonho, as visões das
regiões do além, a morte, a aflição, o abandono, a
penúria de viver, o amor irrealizável, o vício, a oposição
entre corpo e alma, com a libertação desta pela
morte
aprimora-se; há uma busca incansável da musicalidade
das palavras seguindo o tema de Verlaine “A música
acima de tudo”. Analisando os significados da
palavra
simbolistas. O símbolo:
 representa, substitui alguma coisa, geralmente
abstrata;
 evoca, ou seja, traz algo à lembrança; à imaginação;
 pode ter valor mágico ou místico;
são a temática do poema simbolista. A formasímbolo, podemos abstrair algumas características
 pode admitir mais de uma interpretação.
Desta feita, o texto simbolista apresenta ambigüidade
em que as palavras transcendem o significado;
apela para os sentidos e apresenta a sinestesia que
cria uma relação entre duas percepções pertencentes
a diferentes domínios de sentidos. A linguagem figurada
e a sonoridade expressam o conteúdo do subconsciente
e do inconsciente. São comuns em textos
simbolistas as referências a coisas misteriosas, vagas,
místicas para expressar o conteúdo nebuloso. A musicalidade,
quanto à forma, é reforçada por rimas internas,
ecos e aliterações. As sensações são
reforçadas por sinestesias.


AUTORES
 João da
um dos grandes escritores do Simbolismo
universal, juntamente com Mallarmé. Teve vida e obra
marcadas pelo preconceito racial, dificuldades
pessoais (sua esposa enlouqueceu e seus filhos morreram
prematuramente) e a tuberculose. Sua temática
evidencia a dor e o sofrimento do negro, mas evolui
para o ser humano em geral. A sublimação e a anulação
da matéria para a libertação da espiritualidade estão
presentes ao lado de elementos místicos, vagos,
sombrios e nebulosos da realidade; o poeta abandona
o plano material para vincular-se ao caráter metafísico
de sua poesia. A linguagem apresenta símbolos,
jogos de vogais, aliterações, reforçando a sonoridade
e sinestesias.
Em vida, o “Cisne Negro’ ou “Dante Negro”,
como era conhecido, publicou Broquéis, na poesia;
ainda são seus: Faróis, últimos sonetos. Na prosa, há:
Tropos e Fanfarras, Missal e Evocações.
da Costa Guimarães (1870 - 1921) ficou conhecido
como o “solitário de Mariana” (MG).
Misticismo, amor (por Constança, sua noiva morta)
formam o triângulo que caracteriza sua obra. A profunda
religiosidade e devoção pela Virgem Maria são
atestados em Setenário das obras de Nossa Senhora
em que há exagero inclusive na estrutura da obra,
pois são 49 sonetos divididos em 7 grupos de 7 sonetos
cada, sendo os grupos dedicados a cada uma das
7 dores de Nossa Senhora. A morte aparece como único
meio de atingir a sublimação e aproximar-se de
Constança e da Virgem; daí o amor aparecer sempre
espiritualizado.
Publicou também: Câmara ardente, Dona mística,
Kyriale; e, na prosa; Mendigos.
Cruz e Sousa (1861 - 1898) é consideradoAlphonsus de Guimaraens - Afonso Henriques
ESTUDO DIRIGIDO
1
Satânia
Olavo Bilac
Nua, de pé, solto o cabelo às costas,
Sorri. Na alcova perfumada e quente,
Pela janela, como um rio enorme
De áureas ondas tranqüilas e impalpáveis,
Profusamente a luz do meio-dia
Entra e se espalha palpitante e viva.
Entra, parte-se em feixes rutilantes,
Aviva as cores das tapeçarias,
Doura os espelhos e os cristais inflama.
Depois, tremendo, como a arfar, desliza
Pelo chão, desenrola-se, e, mais leve,

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